Sobrevivendo em Copenhagen - Reciclagem

Oi povo!

Como eu havia comentado no primeiro post aqui do blog, vou começar a falar sobre a vida na Dinamarca (em Copenhagen, mais especificamente). Cada vez que você vier fazer sua visitinha aqui na página e encontrar "Sobrevivendo em Copenhagen" no título de algum post, então você já saberá o assunto! :D
E o tema de hoje éeeeeeeee: reciclagem!

Quando cheguei em Copenhagen e o Gustavo (meu marido) me explicou como eu deveria separar o lixo e onde eu deveria descartá-lo, meu lado biólogo aflorou e eu fiquei tipo assim:

Bem, aqui no condomínio nós temos um série de lixeiras específicas para certas categorias de lixo: papel, plástico, papelão, não-recicláveis, metal, eletrônicos, baterias e pilhas, vidros, lâmpadas e caixas de leite (sim, esses dois últimos são bem específicos... :P). Tá... mas como separar o lixo dentre todas essas opções? A nossa experiência de vida (uau!) nos mostrou que nós produzimos mais plástico e papel. Por isso, possuímos três lixeirinhas na nossa cozinha: a de plástico, a de papel, e a de não-recicláveis (que é onde jogamos os orgânicos também, como cascas de alimentos e restos de comida). Todo lixo que não se encaixa nessas 3 categorias separamos em saquinhos plásticos. Quando chega a hora de descartá-los, os levamos para as lixeiras do prédio e pronto: é só esperar o caminhão vir recolher.

Da esquerda para a direita: lixeira de não-recicláveis, plástico e papel

Bem, nem todo condomínio ou casa possui as lixeiras para coleta seletiva, mas você pode encontrar algumas lixeiras públicas espalhadas pela cidade ou gozar de outros artifícios para descartar seu lixo. O mais legal de todos é a coleta de garrafas pet, latas e algumas garrafas de vidro nos supermercados da cidade. Funciona assim: você separa as latas e garrafas de plástico (geralmente de cerveja, refrigerante, águas, sucos, etc.) que tiverem um selo pant na embalagem. Então você as leva para uma máquina no mercado (qualquer mercado) e recebe desconto nas suas compras dependendo de quantos produtos você descartar. Cada embalagem marcada com o selo Pant A vale DKK1,00 (aproximadamente R$0,55), Pant B DKK1,50 (aproximadamente R$0,80) e Pant C DKK3,00 (aproximadamente R$1,70). Vale lembrar que coisas assim já até existem no Brasil (link aqui), mas não são, nem de longe, tão comuns quanto gostaríamos que fossem. Aqui na Dinamarca, este valor que recebemos de desconto não vêm como um "presentinho" do mercado. Teoricamente, este valor está embutido no preço do produto. Cabe a você pegá-lo de volta levando a embalagem para a reciclagem, ou jogar a garrafa fora e não recuperar este valor. 

Embalagens com selo Pant

Com a ajuda do Gustavo, eu fiz um videozinho para ilustrar isso tudo. Apesar de descobrir que eu tenho olhinhos nervosos que ficam olhando em todas as direções (pessoas que me conhecem, obrigada por nunca terem me contado que eu faço isso quando falo.. ¬¬), o primeiro video nasceu e ficou melhor do que esperava! :D 

O que eu acho legal aqui é que a coleta seletiva não é socialmente seletiva. Você não necessariamente é pobre se leva suas latinhas para serem descartadas no mercado. Eu lembro de uma ocasião no Brasil em que uma pessoa disse estar se sentindo extremamente envergonhada porque havia um convidado de uma festa recolhendo latinhas. Um segredo: Aqui no "primeiro mundo" (como é visto por muitos brasileiros) todo mundo guarda as latinhas nas festas. As pessoas não fazem isso por dinheiro. Elas fazem porque é uma atitude simples, que não vai tomar nem 3 minutos do seu tempo, e que vai ajudar a diminuir a quantidade de lixo que é despejado no meio ambiente. Elas fazem pelo mesmo motivo que andam de bicicleta, ou que desligam o carro quando o sinal está vermelho. Elas fazem pelo mesmo motivo que levam suas próprias sacolas quando fazem compras e que têm orgulho de dizer que são líderes mundiais em energia eólica: pelo bem do planeta!
Eu espero, do fundo do coração, continuar com esses hábitos quando eu voltar para o Brasil. E seria lindo se nós pudéssemos entender a importância de iniciativas como a máquina de coleta nos mercados e cobrássemos algo similar dos governantes do nosso país.