É hora de fazer a minha retrospectiva 2015. Acho importante
isso acontecer, não porque algo realmente vai mudar de um ano para o outro. É
só um dia, certo? Era 31 de dezembro, e passa a ser primeiro de janeiro, e o
que tem de diferente em termos práticos? No Brasil, o ano novo costuma a vir
acompanhado de uma nova série escolar, ou um novo curso, um novo carnaval que
está prestes a chegar. Aqui, na Dinamarca, nada muda a não ser as chances de
nevar, que aumentam consideravelmente. Entretanto, em qualquer lugar do mundo,
NÓS mudamos. O ano novo traz esperança de que as coisas mudarão para melhor. De
que tudo o que aconteceu de ruim no ano anterior, vai se consertar. É assim que
eu me sinto agora. Não vejo a hora de chegar o ano novo! 2015 foi o ano mais
louco da minha vida, com certeza! Defendi minha dissertação de mestrado, casei,
fiquei desempregada e sem ter o que fazer pela primeira vez desde o jardim de
infância, e me mudei para outro país. E foi aí que as coisas ficaram mais malucas
ainda!
Quem pensa que sair da sua terra natal é a melhor coisa no mundo está
redondamente enganado. Cansei de ouvir (e falar) que o Brasil é uma grande
bosta, que nada funciona, que brasileiro é sacana, que tudo do Brasil é
vagabundo e só o que é importado presta. O que vocês não sabem, e eu também não
sabia, é que não tem nada na vida que nos faça mais falta do que o nosso lar. E
aqui, digo lar como ele deveria ser: aquele lugar que te faz bem, que te traz
boas memórias, que abriga as pessoas que você mais ama e tudo o que te importa.
Quando saí do Brasil foi quando mais ouvi música brasileira e mais quis comer
farofa. Eu passei a ouvir Anita. Acho que eu estava com saudades das músicas
que tocavam nos auto-falantes das ruas de Vilar dos Teles. Passei a ouvir bossa
nova e samba de raíz, e até mesmo os pagodes serviram de música de fundo
enquanto eu cozinhava algumas vezes por aqui. Passei a sentir uma tristeza
muito grande por não poder comer coxinha ou pastel na rua. Não que eu comesse
coxinha ou pastel na rua quando estava no Brasil. Senti muita falta de ir ao
mercado e entender o que os produtos significam e de poder ser cortês com as
pessoas do caixa. Senti falta de desejar um bom dia, ou um bom final de semana
para os atendentes, sempre tão simpáticos (tentei algumas vezes, mas eles não
entendem meu dinamarquês de jeito nenhum). Senti falta de entender o que as
pessoas falam ao meu redor, e de saber a vida inteira de uma velhinha que tenha
sentado ao meu lado no ônibus. Senti falta de ouvir as pessoas conversando e
rindo dentro do trem, de calor humano, de um pouquinho de “barraco”. Senti
falta de cada cantinho da minha casa, de cada pessoa da minha família, de cada
amigo que deixei para trás. Não senti falta do calor, porém. Nunca serão, 02!
:P
Foi quando precisamos ficar 3 meses em Nova York que percebi
que ficar em casa 24 horas por dia, num lugar estranho, sentindo falta de tudo
e de todos, realmente não é a melhor escolha que você pode fazer na vida. Foi
aí que passei a fazer trabalho voluntário no Museu Americano de História
Natural, aquele do filme do Ben Stiler! J
Ir trabalhar todos os dias e me sentir útil foi a melhor decisão que pude
tomar. Aproveitamos o estilo de vida caótico de Nova York e saíamos para
passear todos os dias. Conhecemos restaurantes de diferentes etnias, museus
para todos os gostos, parques e mais parques, pessoas de estilos peculiares,
vimos show de bandas novas e participamos de uma feira medieval. Vim
para Copenhagen disposta a aproveitar o máximo de minha estadia aqui. Foi o meu
ano novo no meio de 2015! Era hora de mudar! Quando cheguei, passei a fazer
trabalho voluntário no Museu de História Natural daqui e a sair de casa todos
os dias. Passei a cozinhar tudo o que tinha vontade de comer e passei a ler os
livros atrasados que estavam lotando nossa cômoda. Escolhi fazer novos amigos e
aceitar que meus antigos amigos ainda estarão no Brasil quando eu voltar.
Escolhi achar que nossa mudança forçada (os senhorios do nosso apartamento
querem vender o imóvel, então teremos que sair daqui a pouco) foi a melhor
coisa que poderia nos acontecer: agora teríamos a chance de encontrar um lugar
mais próximo do centro. Descobri que eu sou uma garota da cidade e que não
adianta tentar forçar o contrário. Descobri que o Rio de Janeiro, apesar de
todos os seus problemas, é o meu lugar preferido no mundo, e que só eu e outro
carioca podemos falar mal dele, senão “dá ruim”! E no final, tudo dá certo.
Consegui um emprego, meu primeiro emprego, e começo a trabalhar no primeiro dia
útil do ano. Conseguimos um apartamento muito bem localizado e completamente
perfeito para nós. Descobrimos que muitas pessoas queridas vêm nos visitar no
ano que vem e que finalmente nos estabelecemos e poderemos viajar mais. O Ano
Novo, para mim, será mais que novo! Será o melhor ano! Porque eu descobri que
depende de mim, principalmente, fazê-lo ser dessa forma.
Feliz Ano Novo!
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Defendendo minha dissertação |
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Just married |
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Como fazer caber tudo em duas malas? |
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A hora da despedida! :( |
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Passeando por Copenhagen. Isso aí era um cemitério. |
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Em um parque perto de Copenhagen |
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Vendo a temperatura do Mar Nórdico. Não muito agradável. |
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Estação de trem da Suécia |
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No castelo de Frederiksborg |
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Visita à Paris: Notredame |
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Torre Eiffel |
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Arco do Triunfo |
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Moulin Rouge |
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Sacré Coeur |
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Louvre |
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Primeiro dia quente em Copenhagen. Fomos em Island Brygge. |
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Island Brygge |
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Festival de Jazz de Copenhagen |
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Nossa própria festa junina com os amigos brasileiros |
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New York New York!! |
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Museu Americano de História Natural |
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Museu Americano de História Natural |
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Brooklyn Bridge |
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Grand Central Terminal |
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Fort Tryon Park |
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A Noite Estrelada - Van Gogh |
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Museu de Arte Moderna |
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Com o HC Andersen no Central Park |
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Central Park |
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Casa Branca |
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Outono em Washington DC |
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De volta em Copenhagen: Castelo Rosenborg |
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Nos lagos centrais de Copenhagen |
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No "Mercado de Vidro" |
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Com os amigos gringos no aniversário do Gustavo |
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Com os amigos brasileiros na apresentação de coral do Luis |
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Com os amigos brasileiros no aniversário do Gustavo |
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Em Sophienholm, um parque perto de Copenhagen |
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Sophienholm |
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Sophienholm |
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Sophienholm |
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Sophienholm |
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Natal com os brasileiros |
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Natal no Tivoli |
E quando precisar de mais maluquices na vida, estamos aí! :P
ResponderExcluirRealmente foi um ano de muitas mudanças, mas o importante eh o conhecimento q vc esta adquirindo, conhecendo novas pessoas, novos lugares. Tudo isto vai fazer diferenca daqui a alguns anos. O legal eh q vc esta se adaptando e aceitando o novo em tua vida. Vcs dois serao felizes em qq lugar q vcs estejam juntos, ne?
ResponderExcluirBjs p vcs.
Feliz Ano Novo. Que Deus os ilumine e abençoe.
ResponderExcluirFeliz Ano Novo. Que Deus os ilumine e abençoe.
ResponderExcluirParabéns Cacá .. li seu texto que a Renata me passou.. fiquei muito orgulhoso de vc..imagino como a Isabel deve se sentir .. mais uma vez, meus parabéns.. não sabia que vc tinha esses dotes maravilhosos.. uma redação impecável.. com muito sentimento.. conseguiu passar em suas palavras cada sentimento que lhe vinha a mente... Desejo que vc seja muito feliz.. que alcance suas metas.. objetivos.. pois se depender de vc.. essa conquista já está garantida.. tomara que o fator sorte lhe acompanhe.. Como dizia uma pessoa muito querida de todos nós.. e que nos faz muita falta ainda hoje.. "O Ser humano precisa apenas de uma coisa pra ter sucesso.. Espirito de Progresso" .. Mané baixinho era um sábio .. Beijos Cacá .. que Deus lhe proteja e abençoe
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